domingo, 28 de abril de 2013

Arquitetura Vernacular - Grécia Antiga


Tróia é arqueologicamente falando, uma das mais complicadas histórias do mundo.Esta fortaleza, situada em uma cadeia de montanhas a poucos  quilômetros do Mar Egeu e dos Dardalenos,  governou uma planície aluvial fértil de 3200 A.C.  até 1100 A 720 A.C.. sem interrupção, a partir de 700 A.C., nunca foi habitada.
A existência de maciças fortificações em torno dos palácios, indicam um povo que viviam em constante guerra. Essa nova civilização aparece sem aviso como em todo mar Egeu semelhantemente.
O filme retrata essa cidade, enfatizando seu lado guerreiro, sua  influência  Micênica, em sua mais famosa história, cujo cenário é formado por construções que demonstram uma tecnologia militar avançada, com paredes de arquitetura complexa e refinada. A pedra, base das edificações aparece montada uma na outra sem argamassa,em grande ou pequenos blocos, compondo todo entorno da “ilha”.
Na verdadeira Tróia, o caráter vernacular da arquitetura, pode ter sido explorado a nível local ou regional, já que sabe-se da utilização maciça de animais, principalmente cavalos, o que proporciona facilidade de transporte dessas matérias primas. 

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Arquitetura Primitiva - Filme Troia


A arquitetura primitiva pode ser compreendida primariamente como uma
imposição da necessidade da conservação da vida humana sob os efeitos do clima,
da nocividade do tempo meteorológico, abrigando o corpo num microambiente
alterado. O instinto do homem primitivo o conduz a um recinto fechado, onde
ele acostuma-se a procurar não só para repousar, mas também para escapar
às intempéries. Esse local pode ser definido como uma habitação primitiva.
O ambiente interno de uma habitação primitiva qualquer é, sem dúvida, um
microclima especialmente preparado pelo homem de modo a fornecer-lhe as
condições mínimas de higiene, repouso e segurança necessárias.

Podemos definir a arquitetura das construções primitivas como abrigo humano
desenvolvido sob a intuição e a resolução de problemáticas espaciais influenciado
pelo sítio onde se insere. Podemos afirmar que, via de regra, não poderiam ser
adaptadas ou transportadas de uma região para outra de clima inverso ou com
condições naturais diferentes daquelas que geraram as resultantes formais deste
modelo de habitação, assim como foram geradas as especificidades da vegetação,
dos animais e dos próprios homens. O arquiteto primitivo é, antes de tudo, um
artista, no sentido de um criador de formas condicionadas, cujo ofício implica na
resolução de aspectos práticos das mais diversas ordens.

O que primeiro chama a atenção na morada humana primitiva é a sua
extraordinária adaptação ao meio em que se constrói. Ela está diretamente
condicionada à sua localização e à sua orientação frente às condições climáticas
e à especificidade dos materiais disponíveis: a madeira no meio florestal, a pedra
nas montanhas, o adobe nas planícies aluviais além das peles de animais e fibras
vegetais.

A arquitetura grega não trouxe consigo nenhuma herança das abóbadas
micênicas e baseou todas as suas construções no simples modelo trilítico. O
emprego do ferro no trabalho da pedra permitiu o aperfeiçoamento dos cortes
e o progresso na escultura, e na arquitetura. O que se pode perceber é que o
desenvolvimento gradual dos equipamentos e dos utensílios de uso dos artistas
teve influência direta no resultado formal encontrado nas edificações da época.
Primeiramente os instrumentos de trabalho eram constituídos de sílex de bronze e
não eram capazes de trabalhar as pedras com eficiência. A ausência do ferro deu
origem a um tipo de alvenaria ciclópica. As ferramentas de ferro permitem, num
segundo estagio, encarar de frente o problema da construção dando origem a um
novo conceito construtivo.

Os edifícios gregos eram constituídos por blocos horizontais sustentados por
paredes e colunas: construção de pilar e lintel. Não existiam praticamente nem
curvas nem arcos. A simetria era característica das construções e foi em parte
atingida através de um processo conhecido como entasis destinado a eliminar as
ilusões de ótica. Os edifícios a que os antigos gregos dedicavam maior importância
eram os templos. Os primeiros templos foram construídos de madeira e tijolos de
barro, mas no fim do séc VI a.C., passaram a ser construídos de pedra calcária.
O mármore, que pode ser polido e trabalhado até a perfeição, tornou-se cada
vez mais utilizado. Os templos não eram constituídos para abrigar congregações;
sua finalidade imediata era a de recolher a estátua de um deus. Um único recinto
antecedido de um átrio servia a este fim. Os templos eram geralmente construídos
sobre uma plataforma com três degraus que lhe davam acesso. Nos mais belos
templos, os quatro lados do edifício eram rodeados por uma colunata denominada
peristilo. A entrada principal estava orientada para o Leste. O conjunto das

fachadas oriental e ocidental era coroado por frontões.

O teto de madeira era decorado com pinturas e dourados. A luz penetra no templo
apenas pelas portas, que orientadas para o Leste banhavam de sol a estátua de
Atenas quando as portas eram aberta. Amarravam as pedras com grampos de
ferro, e as juntas se apresentavam com extrema perfeição de encaixe, sendo
assentadas por meio de alavancas. Os telhados era empregada a madeira e todas
as peças sofriam o esforço de compressão. As telhas eram confeccionadas em
terracota ou porcelana. Costumavam recobrir o mármore com cerâmica ou estuque
pintado. A pintura das construções tinha uma dupla finalidade: colorir o conjunto e
ressaltar os relevos. Pintavam também as estátuas, já que elas também eram parte
importante na arquitetura. As edificações obedeciam uma fisionomia relativamente
permanente, constituída por: embasamento + colunas + entablamento; sendo as
colunas, por sua vez, subdivididas em alguns casos em: base + fuste + capitel e o
entablamento: arquitrave + friso + cornija.

Dentre as edificações, as mais características da civilização grega eram: o teatro,
composto de um semicírculo onde se localizava a orquestra, seguida de uma
tribuna cercada de paredes por onde entravam e saíam os atores e, envolvendo a
orquestra a arquibancada, sempre ao ar livre. Era de um modo geral, construído na
encosta de uma colina, para que os degraus fossem esculpidos na terra, resolvendo
o problema de visibilidade e estabilidade; os odeons, pequenos teatros destinados
unicamente ä audições musicais; as ágoras, definida por uma grande praça pública,
rodeada de pórticos onde se reuniam os cidadãos; além dos ginásios, estádios e
hipódromos. A Acrópole grega era uma cidadela construída sobre um penhasco
sobre o qual eram implantados os templos.

Cerâmicas e esculturas no cenário grego antigo


A partir do filme “Troia”, notamos que as esculturas gregas possuíam como características o naturalismo e o realismo, ainda embora num progressivo detalhamento, que representava as formas da natureza com base na observação do corpo: “um braço é um braço, um músculo é um músculo”. Os escultores gregos estudavam o corpo humano e praticavam desenho. A escultura está relacionada com a evolução da ciência e da medicina da época. Inicialmente, o material era feito com mármore, cujo nome era Kouros, que significa homem jovem. O escultor fazia com que a estátua fosse um objeto belo e não somente a estátua de um homem.
Na época que o filme retrata, também percebemos a quebra da lei da frontalidade, existente pela  
tradição egípcia, dando uma impressão de movimento à  escultura. a escultura possuía a cabeça mais levantada, como em pose, o corpo descansava sobre uma das pernas e o quadril era um pouco mais alto que o outro. A escultura grega tinha funções religiosas, políticas. Honoríficas, funerárias e ornamentais (estreitamente ligada à arquitetura). Nos tímpanos, colocavam de diversas figura, em variadas posições, de acordo com o espaço a ocupar; a dimensão e a posição das figuras tinham a ver com a sua importância.


Nos frisos jônicos, o artista tinha maior liberdade criativa, desenvolvendo uma aça sequenciada, numa sucessão narrativa sem interrupção. Os temas mais utilizados eram as procissões, os desfiles, as corridas de cavalos, etc.


No filme também observamos o uso da cerâmica, em que utilizavam motivos geométricos dispostos à volta do corpo dos vasos, compondo bandas ou frisos. Eram decoradas com motivos como meandros, gregas, triângulos, losangos, linhas quebradas ou contínuas, realçados a preto sobre o fundo de cor natural do vaso. E geralmente era utilizado para servir bebidas e comidas, armazenar água, etc.

Cotidiando urbano em Troia


No filme, observa-se primeiramente que a crença nos deuses era muito forte. Rei Príamo (Rei de Tróia), revela bem a reverência e respeito para com as divindades. Os deuses influenciavam no destino do homem, eles nunca puderam e nunca quiseram caminhar sozinhos em sua história, pois não podiam culpá-los por seus erros, seu egoísmo, maldade e todas as fraquezas naturais do ser humano, eles sempre precisam de deuses para “comandar” a sua vida.

Heitor, com sua bravura e senso crítico mostra o lado bom da natureza humana. Respeito pelo pai, amor e zelo pela família e principalmente a defesa do país. Alguns destes princípios da natureza humana, como a honra, lealdade, coragem, e confiança serão bem enfatizados no filme. Heitor numa cena revela o código de honra dos troianos: “Honrar os deuses, amar a esposa e defender o país”. Nesse momento, observa-se os valores e a educação na qual era valorizada na época, segundo a epopéia de Homero.
Por outro lado, Aquiles se mostra arrogante, rebelde e aparentemente invencível, não tem lealdade a nada nem a ninguém, a não ser à sua própria glória. É sua sede insaciável pelo eterno reconhecimento que o leva a atacar os portões de Tróia, mas será o amor que acabará por decidir seu destino.
As mulheres estavam longe da vida cívica, não eram educadas e vivam trancadas em casa, é tanto que quando dá-se início a guerra entre gregos e troianos, todas permanecem trancadas na muralha e acabam mortas e queimadas. As sacerdotisas eram tidas como objeto dos homens, que só as queriam apenas pelo desejo sexual. Aquiles é um exemplo desses homens, que após vencer os combates era presenteado com mulheres pelos companheiros de exército para passar a noite.

Castelos e muralhas de Tróia


Definido pelo dicionário como um grupo de edificações fortificadas, os castelos eram
construções de grande porte dotadas de altas muralhas perimetrais, torres e fosso. Sua
etimologia remete ao latim castellum, remetendo a um lugar fortificado. Portanto, um castelo
tinha essencialmente uma finalidade de proteção militarizada.

O filme Tróia retrata bem a realidade de cidades antigas cercadas por extensas muralhas
erguidas ao seu redor, limitando o trânsito de pessoas da parte externa à parte interna. Tais
paredões eram guarnecidos por soldados nos portões, nas torres e ao longo do topo dos seus
muros, de forma que a defesa estava sempre ativa contra os frequentes ataques externos.
Cena do filme Troia

No que diz respeito à arquitetura, além dos elementos básicos já citados, os castelos troianos
tinham pátios, espaços habitacionais e de apoio, capelas, salões, estábulos, poços, oficinas de
trabalho, e locais para o asseio.

A cidade de Tróia tinha uma defesa tão bem desenvolvida que suas muralhas e portões tinham
a fama de serem impenetráveis. O filme mostra como os gregos conseguiram burlar um
sistema tão bem projetado: ofereceram de presente aos Deuses Troianos um grande cavalo de
madeira, belo por fora e oco por dentro, que levaria escondidos para o interior da cidade um
Cena do filme Troia
grupo de soldados que iriam sabotar as defesas e abrir os portões para a entrada do exército
grego.









Daí surgiram os termos cavalo de Tróia e presente de grego.
O mito reforça a ideia de que
uma muralha tão bem projetada, aliada ao seu poderoso sistema defensivo, só pôde ser
transpassada mediante um plano inteligente e desleal que enganasse o rei Príamo de Tróia,
levando-o a aceitar o “presente” para os Deuses. Após a entrada do exército, a cidade
sucumbiu e foi completamente destruída pelo fogo.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Templos dedicados aos deuses

templo grego é uma das tipologias de maior relevo na arquitetura da Grécia Antiga. Tem origem no "mégaron", um espaço existente nos anteriores palácios micénicos, exercendo uma forte influência na posterior arquitetura da Roma Antiga e no seu respectivo templo romano.



Áreas do templo
Pronaos: esta é a antecâmara que antecede o naos e que se transformará, mais tarde, no nártex.
Naos ou Cella: neste espaço, delimitado por 4 paredes sem janelas, é colocada a estátua da divindade e pode ser, por vezes, organizado em 3 alas divididas por colunas. Em templos de grandes dimensões o naos pode funcionar como um pátio interior, sem cobertura.
Aditon ou Abaton: espaço só acessível a sacerdotes para o culto ou colocação de oferendas. Esta área pode funcionar de diferentes maneiras; como uma sub-divisão do naos, aberta para ele; como uma câmara isolada no centro do naos; ou como um nicho na parede posterior do naos.
Opistódomo: Câmara oposta ao pronaos onde se encontra o tesouro e que também pode funcionar, por vezes, como aditon.





No filme Troia é possível observar o estilo dos templos sagrados, lugar onde se cultuava os deuses.
No cenário do filme em estudo, o templo era do estilo tetrástilo, com 4 colunas na fachada, pseudodíptero, 2 filas de colunas que não envolvem todo o templo, perípetro, o templo é completamente rodeado de colunas. Observa-se também que as colunas são da ordem dórica, que é mais rústica das três. Dentre suas características, é possível citar as colunas desprovidas de base, capitel despojado, arquitrave lisa, friso com métopas e tríglifos e mútulos sob o frontão.

                   
               Pseudodíptero                                
  
Perípetro
   

terça-feira, 12 de março de 2013

A Imagem Obsessiva - Lugar e tempo na Roma de Adriano

      No ano de 118, Adriano, Imperador de Roma, deu início à construção de um novo Pantheon, no mesmo lugar que se localiza o antigo. Ele agrupava as dinvindades na construção.





"Daqueles dias até hoje, sua característica mais admirável talvez seja o efeito da luz, entrando pelo teto. Em dias ensolarados de verão, os raios de sol penetram do alto em direção ao chão, subindo novamente, como se a estrela que é o centro do sistema planetário se movesse em sua órbita; nos dias nublados, a luz se converte em névoa cinzenta, com nuances provocadas pela concha sólida. À noite, o prédio parece desmaterializar-se; através da abertura no topo do domo, um círculo de estrelas preenchem a escuridão."



      Naquele tempo, o Pantheon estava saturado de símbolos políticos, o pavimento foi projetado como um tabuleiro, característica essa presente no traçado urbano das novas cidades. As estátuas dos deuses foram colocadas em nichos, na parede circular, "de tal forma que eles pudessem tutelar em harmonia a corrida de Roma pela dominação do mundo".
      Meio milênio depois, o prédio se tornou uma igreja cristã, Sancta Maria ad Martires. Fato que explica a sobrevivência da construção, uma vez que as outras edificações ruíam, mas a igreja não podia ser pilhada.
     A ordem visual e o poder imperialista de Roma estavam indissoluvelmente ligados. "O imperador precisava que seu poder fosse evidenciado em monumentos e obras públicas". O povo acreditava que os deuses se disfarçavam e caminhavam entre as pessoas. Pensavam que essas divindades deixavam sinais visíveis de sua presença em toda parte, sinais que os governantes usavam para justificar seu reinado.
      O desejo era algo que assustava tanto aos cristãos como aos pagãos, por diferentes razões. Para os cristãos, o apetite sexual desvalorizava a alma; para o pagão, significava desrespeito às convenções sociais, desmantelamento da hierarquia, confusão de categoria, caos incontrolável. Em meio a esse mundo incontrolável, o pagão procurava segurança no que via na cidade, nas termas, anfiteatros e nos fóruns. Como se não fosse o bastante, começaram a dar crédito à ídolos de pedra.


    Daí começou a obsessão romana por representações plásticas de pessoas e objetos, baseados no estudo feito por Vitrúvio, sobre as simetrias bilaterais dos ossos e dos músculos, dos olhos e ouvidos. Vitrúvio concluiu que isso poderia ser traduzido na arquitetura. A partir desse momento, os romanos começaram a projetar sua cidade com base nas regras de correspondência bilateral e privilegiando a percepção visual linear.
       Figuras geométricas abstratas são atemporais, característica tranquilizadora para os romanos quanto a imagem da cidade.
"A persistência da cidade corria em sentido contrário ao tempo durante o qual o corpo humano ultrapassava fases de crescimento e decadência, planos derrotados e esquecidos, lembranças de faces obscurecidas pelo envelhecimento ou desespero". Adriano reconheceu que a experiência que o homem tem de seu corpo conflitava com a ficção do lugar chamado Roma.
        Já os cristão romanos, tentavam vivenciar o tempo em seus corpos, na expectativa de que por meio da conversão religiosa o caos dos desejos deixaria de afligi-los; o peso da carne se tornaria mais leve à medida que se aproximasse do Poder imaterial. Eles pensavam que quanto maior fosse sua fé, menos se sentiriam presos aos lugares que viviam.
        Apesar disso, os devotos iam orar no templo de Adriano, ressurgindo o senso de lugar e consequente diminuição da necessidade de transformar seus corpos.
          Portanto, a passagem do politeísmo para o monoteísmo desvendou o grande drama do corpo, do lugar e do tempo. A era de Adriano tomou o lugar do intenso amor dos gregos pela pólis. Se por um lado, o pagão não se entregaria ao reino da pedra sem incertezas, o cristão não poderia mais doar seu corpo a Deus.