As famílias, em Roma, tinham uma
notável diferença em relação às gregas, pois existia muito mais igualdade entre
os sexos. Poderiam ter propriedades (sine manu), as filhas poderiam dividir com
os filhos a herança, homens e mulheres poderiam comer juntos. No entanto, o
grupo familiar era fortemente hierárquico e patriarcal.
A casa romana, o domus, evidenciava as classes,
a clientela, as idades e a propriedade dos moradores. Entrava-se através de um
primeiro vestíbulo, em que os visitantes eram avaliados e Vitrúvio recomendava
que fosse tão luxuosa quanto possível; chegando-se a um átrio, a céu aberto, os
dormitórios e os cômodos reservados ao armazenamento situavam-se lateralmente,
e à frente, próximo a um espelho d’água, havia um nicho que abrigava os deuses
padroeiros da casa.
Já nas moradias mais ricas, o
deslocamento ao longo deles dependia de quem habitasse cada um dos aposentos. A
ordem doméstica, no topo da pirâmide social, servia como um padrão de vida. À
semelhança de um fórum, nele permaneciam grupos de pessoas que, em ordem de
importância, aguardava serem recebidos pelo dono da casa e de quem veio nos
recepcionar.
Uma vez constituído o núcleo da
família pelo casamento, os cônjuges deviam preservar a linhagem.
Corpo, casa, fórum, cidade,
império baseavam-se em imagens lineares. A obsessão romana de organizar o
espaço de forma clara e precisa. Esse desejo de orientação exata demonstrava a
mesma ânsia no gosto pela repetição interminável de imagens, até que se
convertesse em verdades inquestionáveis. Era o reflexo das carências de um povo
que não desfrutava de conforto e vivia em meio a desigualdades. A geometria
procurava dar ideia de uma Roma eterna e essencial.
Nenhum comentário:
Postar um comentário