terça-feira, 12 de março de 2013

A casa romana


As famílias, em Roma, tinham uma notável diferença em relação às gregas, pois existia muito mais igualdade entre os sexos. Poderiam ter propriedades (sine manu), as filhas poderiam dividir com os filhos a herança, homens e mulheres poderiam comer juntos. No entanto, o grupo familiar era fortemente hierárquico e patriarcal.



A casa romana, o domus, evidenciava as classes, a clientela, as idades e a propriedade dos moradores. Entrava-se através de um primeiro vestíbulo, em que os visitantes eram avaliados e Vitrúvio recomendava que fosse tão luxuosa quanto possível; chegando-se a um átrio, a céu aberto, os dormitórios e os cômodos reservados ao armazenamento situavam-se lateralmente, e à frente, próximo a um espelho d’água, havia um nicho que abrigava os deuses padroeiros da casa.

Já nas moradias mais ricas, o deslocamento ao longo deles dependia de quem habitasse cada um dos aposentos. A ordem doméstica, no topo da pirâmide social, servia como um padrão de vida. À semelhança de um fórum, nele permaneciam grupos de pessoas que, em ordem de importância, aguardava serem recebidos pelo dono da casa e de quem veio nos recepcionar. 
Uma vez constituído o núcleo da família pelo casamento, os cônjuges deviam preservar a linhagem.
Corpo, casa, fórum, cidade, império baseavam-se em imagens lineares. A obsessão romana de organizar o espaço de forma clara e precisa. Esse desejo de orientação exata demonstrava a mesma ânsia no gosto pela repetição interminável de imagens, até que se convertesse em verdades inquestionáveis. Era o reflexo das carências de um povo que não desfrutava de conforto e vivia em meio a desigualdades. A geometria procurava dar ideia de uma Roma eterna e essencial.


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